
A Orquestra Ouro Preto celebra seus 25 anos e a festa chegou às areias de Copacabana. Em um dos cartões-postais mais icônicos do mundo, a formação mineira, reconhecida por sua excelência artística e versatilidade, convidou o público a festejar esse grande marco de sua trajetória com a estreia de uma ópera brasileira inédita e um grande carnaval para arrematar.
Nos dias 28 e 29 de junho, aconteceu, no Posto 2, o “Orquestra Ouro Preto Vale Festival 2025”, que em sua quarta edição chegou ainda mais ousado com a estreia de “Feliz Ano Velho”, adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, no sábado, dia 28, às 19h, e dois concertos vibrantes no domingo, dia 29, a partir das 18h: um ao lado de Mart’nália e outro com o Bloco Sargento Pimenta. O evento também marcou os 5 anos do Instituto Cultural Vale, patrocinador da Orquestra e do Festival, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.
Ao longo de mais de duas décadas, o grupo mineiro tornou-se uma referência nacional e internacional, quebrando barreiras e transformando o cenário musical brasileiro ao unir a tradição da música de concerto a novas e surpreendentes abordagens artísticas. Em mais um projeto inovador, a Orquestra compartilhou com o público carioca a estreia de “Feliz Ano Velho”, com música e libreto do acadêmico Tim Rescala, concepção e direção musical do maestro Rodrigo Toffolo e direção cênica de Julliano Mendes.
A montagem contou com um elenco de destaque que inclui Johny França (Marcelo), Jabez Lima (Rubens Paiva), Marília Vargas (Eunice Paiva), além de um grande corpo artístico. Unindo música de concerto, teatro e literatura, a montagem propôs uma nova leitura para a obra autobiográfica, um marco da literatura brasileira contemporânea.
O projeto nasceu a partir de conversas entre o maestro Rodrigo Toffolo e Marcelo Rubens Paiva, iniciadas em 2023. Desde o primeiro encontro, a ideia de transformar a obra em ópera entusiasmou o autor. “É emocionante ver “Feliz Ano Velho” ganhar vida no palco de forma tão intensa e musical”, afirma Marcelo.
Com assinatura de Tim Rescala, reconhecido por seu trabalho na música de concerto e pelas bem-sucedidas parcerias com a Orquestra, como “Auto da Compadecida” e “Hilda Furacão”, a ópera une irreverência, lirismo e emoção, características também presentes no livro original. A direção cênica de Julliano Mendes reforça a força dramática e a leveza que atravessam a narrativa de Paiva, numa montagem que dialoga com diferentes gerações.