Em junho, no dia 20, estreou no Rio de Janeiro Il Néo, ópera escrita por Henrique Oswald (1852-1931) em 1900, e encenada uma única vez, na época do centenário de nascimento do compositor, em 1952. Com libreto de Eduardo Filippi – baseado num conto de Alfred de Musset, La Mouche – a ópera havia sido apenas ouvida em transmissão da Rádio Sociedade, em 1925.
A montagem, com Orquestra Sinfônica da UFRJ, ficou em cartaz por quatro dias no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música, parte do Projeto Ópera na UFRJ, com apoio do Projeto Ópera da Funarte. Em seguida, foi apresentada, também em junho, no Centro de Tecnologia na Ilha do Fundão (dia 25) e no Teatro Municipal de Niterói (dias 27 e 28).
O resgate de Il Néo foi feito pelo mestrando Pedro Messias, da Escola de Música da UFRJ, que regeu a montagem. Orientado pelo professor André Cardoso, presidente da ABM, tratou da editoração eletrônica dos manuscritos depositados na Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ e no Arquivo Nacional, e se estendeu para a montagem do título.
“É muito bem orquestrada, a música é muito funcional em termos de dramaturgia. Esse é um título muito representativo de uma época em que o Rio fervilhava de produções líricas em muitos teatros, com operetas francesas, a grande temporada italiana. Era um gênero muito popular”, comenta André Cardoso. “Estão meio esquecidos os títulos dessa época. E essa ópera eu namoro há tempos.”
