Nesta terça-feira, dia 18 de outubro, às 18h, a Academia Brasileira de Música vai promover mais uma edição dos ENCONTROS ABM. Dentre entrevistas, palestras e mesas-redondas, foram programadas nove atividades, tendo por tema geral Modernidade na Música Brasileira. Com transmissão online pelo canal da ABM no YouTube, esta edição promove uma Roda de Conversa, mediada pela compositora e Acadêmica Ilza Nogueira, com os compositores Carlos Kater, Denise Garcia e Fernando Cerqueira, abordando “as ideologias e utopias de manifestos e movimentos que impulsionaram a contemporaneidade musical no Brasil do Século XX”. Essa edição conta com os comentários de Júlio Medaglia, Paulo Costa Lima e Maria Lúcia Pascoal.
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Participantes:
ILZA NOGUEIRA é doutora em composição pela Universidade de New York. Tem especialização em “Novo Teatro Musical” realizada na Escola Superior de Música de Colônia/Alemanha (1977), sob a orientação de Maurício Kagel. Tem Mestrado em Composição realizado na Universidade Estadual de New York em Buffalo (1984) e Doutorado (Ph.D.) em Composição também realizado nessa última instituição (1985), sob a orientação de Lejaren Arthur Hiller. No período de 1989-1990, realizou pós-doutoramento em Teoria da música na Universidade de Yale, sob orientação da Dra. Janet Schmalfeldt.
É professora aposentada do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde lecionou disciplinas teóricas no Bacharelado em Instrumento, Composição e Teoria da Música no Programa de Pós-Graduação em Música, tendo sido Editor Chefe da publicação científica desse programa, o periódico “Claves”. Sua experiência na área de Artes/Música tem ênfases em Composição e Teoria Analítica da Música. Como pesquisadora, vem atuando principalmente nos seguintes temas: música brasileira contemporânea, teorias analíticas contemporâneas, narratividade e narratografia musical. É membro efetivo da Academia Brasileira de Música e membro fundador da Associação Brasileira de Teoria e Análise Musical (TeMA), tendo sido eleita Presidente para os biênios 2014-2016 e 2016-2018.
CARLOS KATER, musicólogo, educador e compositor, é Doutor pela Universidade de Paris IV – Sorbonne, com Pós-Doutorado nesta mesma instituição. Um dos fundadores da ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical. Atuou como Professor-Adjunto no Instituto de Artes da UNESP (1981-1988) e como membro do Núcleo de Ensino da UNESP. Foi Professor Adjunto e Professor Titular concursado da Escola de Música da UFMG, onde dirigiu o Centro de Pesquisas em Música Contemporânea (1992-1994), coordenou seus cursos de Pós-Graduação (1994-1996) e o “NAPq – Núcleo de Apoio à Pesquisa” (1989-2000), do qual foi também o fundador.
Na Universidade Federal de São Carlos, como Professor Visitante, ministrou aulas e palestras, e, junto com professores Ilza Zenker e Glauber Santiago, concebeu e implantou o Curso de Música / Licenciatura em Educação Musical (2003-2006). Criou e editou, durante cerca de 12 anos, importantes revistas, dentre as quais Cadernos de Estudo: Análise Musical e Cadernos de Estudo: Educação Musical (SP: Atravez), que se tornaram referência na vida musical e acadêmica brasileira. Na Escola de Música da UFMG criou a revista Música Hoje, da qual foi também editor de 1997 a 2000. É autor de inúmeros artigos e livros, dos quais se destacam dois que se constituem na referência especializada em seus temas no Brasil e no exterior, servindo de bibliografia fundamental para artigos e teses escritas sobre música brasileira, dentro e fora do país: “Música Viva e H.J.Koellreutter: movimentos em direção à modernidade” e “Eunice Katunda, musicista brasileira”.
O livro “Por toda parte”, do qual é o autor da parte musical, foi aprovado pelo MEC e se tornou um dos 10 finalistas indicado ao “Prêmio Jabuti” de Livro Didático, em 2017. Foi Consultor da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais e um dos criadores e coordenadores do “Música na Escola”, projeto pioneiro no Brasil, implantado com sucesso em mais de 4.000 escolas da rede pública do estado (1997 a 1999). Criador do projeto “A Música da Gente” (iniciado em 2013), dedicado à criação musical coletiva – cujas ações já atingiram mais de 10.000 participantes em escolas de diferentes regiões do Brasil. É Membro Permanente do Conselho Assessor da “Catedra Livre de Pensamento Pedagogico Musical Latinoamericano”, junto ao Depto. de Artes Musicales y Sonoras da UMA – Universidad Nacional de las Artes (Buenos Aires/Argentina) e, até 2020, Professor Colaborador do Curso de Pós-Graduação em Música da ECA/USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo).
Presta consultoria para projetos em diversas regiões do Brasil, atuando ainda como consultor Ad Hoc junto a reconhecidas instituições brasileiras (FAPESP, CNPq, CAPES, MEC). Atua regularmente como professor, conferencista e educador, com temas associados à Musicologia Brasileira, Música Brasileira Contemporânea, Educação Musical e “Formação Musical Inventiva”, com foco no desenvolvimento humano.
DENISE GARCIA, compositora paulista, professora de composição no Departamento de Música da Universidade Estadual de Campinas. Formou-se bacharel em composição pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. De 1979 a 1984 prosseguiu seus estudos na Alemanha na “Nordwestdeutsche Musikakademie Detmold” e na “Hochschule für Musik”, em Munique. Mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas e Doutora em Comunicação e Semiótica pelo Programa de Comunicação e Semiótica da PUC de São Paulo. Teve suas obras executadas em diversos concertos na Alemanha, durante seu período de formação nesse país, inclusive no Concerto de Jovens Compositores do Festival de Darmstadt, em 1982. Dedicou-se, de 1984 a 1991 a pesquisas interdisciplinares junto à dança e Teatro, como docente no Curso de Dança e pesquisadora junto ao Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais LUME, ambos na Unicamp. Seus trabalhos deste período foram amplamente divulgados no Brasil e em diversos Festivais Internacionais de Teatro. Suas pesquisas com registros e estudos de sonoridades ambientais iniciaram-se em 1989 e então dedicou-se na década d 1990 e início dos anos 2000 principalmente à música eletroacústica. Durante o ano de 1997 fez um estágio de pesquisa para sua tese de doutorado no INA-GRM Groupe de Recherches Musicales de Paris, sob orientação de Daniel Teruggi. Seus trabalhos eletroacústicos foram apresentados em diversas capitais brasileiras, como também em festivais internacionais (FUTURA, França 1994 e 1998; Freiburg 1997; Canadá 1998; México 1999; Berlim, 2000, Bourges, 2003). Em outubro de 2001 teve seu primeiro concerto solo no Festival L’Espace du Son em Bruxelas. Em junho deste ano a Radiodeutschland de Berlim dedicou um programa de uma hora sobre sua obra eletroacústica, com o título “Trem-pássaro: Porträt der brasilianischen Klangkomponistin Denise Garcia”. Desde meados dos anos 2000 voltou à composição instrumental dedicando-se sobretudo à escrita sinfônica. Suas obras foram apresentadas pela Banda Sinfônica da Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica da USP, Orquestra de Câmara da USP, Orquestra Sinfônica da Unicamp, Orquestra Municipal de Campinas e Orquestra Sinfônica de Santo André. Docente na Universidade Estadual de Campinas desde 1985, atua tanto como professora de composição e harmonia no Curso de Graduação em Música, quanto na área de Processos Criativos dos cursos de Mestrado e Doutorado em Música. Com larga experiência em gestão na universidade, atualmente exerce a função de Coordenadora Pesquisa e Extensão do Instituto de Artes. É filiada à GEMA – Sociedade Mundial de Direitos Autorais, com sede na Alemanha.
FERNANDO CERQUEIRA nasceu em Ilhéus, Bahia, em 8 de setembro de 1941, mudando-se para S. Gonçalo dos Campos (BA) em 1948. Estudou em Salvador a partir de 1953 e diplomou-se em Composição Musical no ano de 1969 pela Escola de Música da UFBA. Em 1994 obteve o grau de Mestre em Teoria da Literatura pelo Instituto de Letras da UFBA, com uma tese sobre a relação entre Poesia e Música. Iniciou suas atividades profissionais cantando no Madrigal da UFBA em 1962 e como clarinetista da Orquestra Sinfônica, em 1965. Lecionou no Departamento de Música da Universidade de Brasília, de 1970 a 1975, tendo retornado a Salvador para reintegrar o corpo docente da Escola de Música da UFBA, onde ocupou o cargo de Professor do Departamento de Composição, Literatura e Estruturação Musical, até 1994, quando se aposentou.
Foi clarinetista do Trio e do Quinteto de Sopros da Universidade de Brasília, da Orquestra Sinfônica da UFBA e da Orquestra Sinfônica do Estado da Bahia. Como compositor é membro fundador do Grupo de Compositores da Bahia (1966) e da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea (1972), filiada à SIMC. Constam no seu catálogo obras editadas e gravadas, algumas também premiadas em concursos e festivais. É autor de dois livros sobre temas de literatura e de música. Reside em Salvador desde 1975, desenvolvendo trabalhos como compositor e professor.
