Faleceu no 17 de maio, o maestro, compositor, organista, professor e diretor musical Samuel Kerr, amplamente reconhecido na área de canto coral, cujo trabalho foi fundamental no desenvolvimento do movimento coral paulista e brasileiro.
Samuel Kerr nasceu em 1935, na cidade de São Paulo, e iniciou seus estudos musicais de piano aos 13 anos de idade, tornando-se organista da Igreja. Formou-se Bacharel em Composição e Regência pela Faculdade de Música e Educação Artística do Instituto Musical de São Paulo em 1978 e Mestre pela Unesp, em 2000. Estudou com grandes nomes, como Roberto Schnorrenberg na Escola Livre de Música, e com o ilustre maestro Robert Shaw, no fim da década de 1960.
Antes de iniciar seus trabalhos como professor de Regência Coral na Unesp, em 1977, Kerr foi diretor da Escola Municipal de Música. Em 1978 atuou como professor em paralelo à sua formação como instrumentista e regente (tornou-se professor universitário enquanto ainda cursava a graduação, convidado pelo “notório saber”). Para ele, o ato de lecionar era fascinante pela possibilidade de oferecer ao professor também a possibilidade de aprender enquanto ensina. Kerr foi pioneiro na montagem do Departamento de Música da Unesp e contribuiu decisivamente na criação do Coral da Unesp.
Sua carreira foi marcada pelos trabalhos corais, em que experimentou novos recursos de expressão, seja no repertório, seja na maneira de cantar.
Samuel Kerr recebeu diversas premiações: troféu OMB de melhor regente em 1973; duas vezes como melhor regente coral pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes); prêmio de direção musical pela APETESP e prêmio de personalidade do ano pela Associação Comercial de São Paulo.
Kerr é sempre citado como um dos mais influentes arranjadores de coro da música brasileira e possui uma grande quantidade de arranjos que elaborou durante sua carreira como regente e professor de música.
Atuou nos mais importantes corais brasileiros ao longo de sua carreira, como Coral Paulistano (Teatro Municipal de São Paulo), Coral da 3ª Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, Coral da Unesp, Cia Coral, Associação Coral “Cantum Nobile”, Coral dos estudantes de medicina da Santa Casa de São Paulo, Madrigal “Psychopharmacon”, Coral dos voluntários da AACD, Coral da B’ nai B’ rith de São Paulo, Coral Atlas (Industrias Villares), Coral do Esporte Clube Pinheiros, Coral do curso de música e do curso de Educação Artística da Unesp, Coral da ACM, Coral da Associação dos Funcionários da Câmara dos vereadores de São Paulo, Coral do Museu Paulista da USP.
Foi decisiva sua contribuição ao Projeto Villa-Lobos, do Instituto Nacional de Música da Funarte, onde atuou como professor de regência coral em oficinas, cursos, laboratórios e nos diversos Painéis Funarte de Regência Coral realizados em todo país. Atuou também como professor de regência coral da USP, professor do Instituto de Artes da Unesp, diretor da Escola Municipal de Música de São Paulo, diretor musical de teatro, escreveu 2 livros e foi regente da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo.
