Mais célebre livro de Mário de Andrade, “Macunaíma” ganhou versão para balé, com estreia no último dia 22 de setembro, quinta-feira. O espetáculo contou com concepção de André Cardoso, música inédita do acadêmico Ronaldo Miranda, coreografia de Carlos Laerte, e participação da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Segundo Carlos Laerte, o objetivo foi “desconstruir os corpos dos bailarinos clássicos à luz da contemporaneidade da dança brasileira”, aguçando as características de cada membro do corpo de dança a partir de suas identidades visuais.
“Outra característica de Macunaíma é a narrativa contada através do audiovisual, já que os bailarinos contracenam com imagens e, em muitos momentos, eles entram e saem da tela, como se fosse o cotidiano deles. É uma conversa itinerante da peça. A tecnologia está o tempo inteiro falando com todos”, explica.
A identidade visual do espetáculo faz citações a outros autores modernistas. A maquiagem, por exemplo, inspira-se nas cores marcantes de artistas como Anita Malfati (amarelo), Candido Portinari (azul cobalto), Ismael Nery (verde), John Graz (azul claro), Di Cavalcanti (laranja), Milton da Costa (rosa) e Tarsila do Amaral (vermelho).
Espelhos serviram de cenário para a confecção de arte, trazendo a parte urbana ao palco por uma equipe de grafiteiros do Museu do Grafite.
Com os ensaios iniciados em junho, “Macunaíma” reuniu quase 50 bailarinos em um espetáculo multimídia de uma hora de duração, com direção de imagem e fotografia de Igor Correa e supervisão artística de Hélio Bejani e Jorge Texeira.
Fruto de parceria entre a Funarte e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o balé foi criado dentro do programa “Arte de Toda Gente”, com concepção do maestro André Cardoso, coordenador do projeto Sistema Nacional de Orquestras Sociais (Sinos), que integra o programa junto com os projetos Bossa Criativa e Um Novo Olhar (UNO).
