No dia 18 de maio, no Teatro Amazonas, foi realizada a última apresentação de ‘O Contractador dos Diamantes’ dentro da programação do 25º Festival Amazonas de Ópera, iniciado no dia 21 de abril. O maestro, regente titular da Amazonas Filarmônica e diretor artístico do festival Luiz Fernando Malheiro decidiu ressuscitar a ópera do compositor brasileiro Francisco Mignone, contando com o trabalho minucioso de recuperação e restituição do maestro e acadêmico da ABM Roberto Duarte.
Com a partitura dispersa, com manuscrito original apenas do primeiro ato, os segundos e terceiros atos precisaram ser reconstituídos a partir do material de orquestra e de duas partituras para piano e voz, uma de 1924, outra dos anos de 1950, quando a ópera foi reencenada no Rio de Janeiro.
A ópera, baseada em peça de Afonso Arinos sobre a exploração das minas de diamantes no interior mineiro no século XVIII, foi apresentada no Brasil apenas duas vezes: em 1924 em São Paulo e nos anos 50 no Rio de Janeiro.
“Quando eu quis resgatar esse material para montá-la descobri que o terceiro ato tinha se perdido. Tinha as partituras do primeiro e do segundo, mas não do terceiro ato. Entrei em contato com a Academia Brasileira de Música, na época presidida por João Guilherme Ripper, e decidimos restaurar esse material a partir das partes orquestrais que existiam. E isso possibilitou que a gente esteja, agora, apresentando para o público O Contractador dos Diamantes”, revela Luiz Fernando Malheiro.
Acompanhados pela Amazonas Filarmônica, o Coral do Amazonas, o Corpo de Dança do Amazonas, artistas locais encenaram a montagem brasileira. Mignone tinha 24 anos quando, em 1921, escreveu esta sua primeira ópera na Itália, para onde fora estudar com uma bolsa. O libreto é em italiano, de Gerolamo Bottoni, historiador, crítico e poeta italiano, grande comentador dos clássicos.
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