Ao comemorar os 79 anos de sua fundação, a Academia Brasileira de Música promoveu a sua tradicional série Brasiliana, na Sala Cecília Meireles. O primeiro concerto, a cargo da Orquestra Sinfônica da UFRJ sob a regência do maestro Miguel Campos Neto, promoveu estreias e apresentou obras de compositores homenageados.
O concerto homenageou os 70 anos do compositor baiano e acadêmico Paulo Costa Lima, professor de composição da Universidade Federal da Bahia, executando sua “Serenata Ponteio op.83 para cordas”. Para lembrar o centenário do saudoso compositor paulista José Penalva, foi interpretada “Abertura: Frevo, Coral e Fuga”, dividida em quatro partes.
A estreia do “Concertinho para piano”, de Sérgio de Vasconcellos-Corrêa, teve como solista Valdilice de Carvalho. Formado pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, discípulo de Camargo Guarnieri, professor de composição na Unicamp e na Unesp e membro da ABM desde 1988 – cadeira 20, Sérgio de Vasconcellos-Corrêa completa 90 anos em 2024.
Do acadêmico cearense Liduino Pitombeira, professor de composição da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi apresentada a obra “Concerto para oboé e cordas”, escrito para a oboísta Juliana Bravim, como parte de seu projeto de mestrado na UFRJ, que a executou irretocavelmente. Na obra, o compositor explora o registro agudo do instrumento e procura conciliar uma série dodecafônica com referências estilísticas associadas ao compositor Radamés Gnatalli.
Encerrando o programa, a “Bachianas Brasileiras nº 9”, de Villa-Lobos, na versão para orquestra de cordas. Composta em 1945, é a última da série de suítes para diferentes formações, na qual o compositor procurou conciliar as formas e a linguagem musical de Bach com as características da música brasileira.