Em comemoração aos 80 anos do saudoso compositor e pianista Almeida Prado, a série “Música do Brasil”, do Selo Naxos, lança seu novo volume, gravado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e Coro da Osesp, sob regência do maestro Neil Thomson, diretor artístico da Filarmônica de Goiás, já disponível para audição nas plataformas digitais.
Este é o segundo disco da série da Naxos dedicado ao compositor paulista. No primeiro, a Filarmônica de Minas Gerais e a pianista Sonia Rubinsky gravaram o Concerto para piano nº1, Aurora e o Concerto Fribourgeois.
Este novo álbum traz duas peças: os “Pequenos Funerais Cantantes”, com a Orquestra, o Coro da Osesp e os solistas Clarissa Cabral (mezzo soprano) e Sabah Teixeira (barítono); e a “Sinfonia dos Orixás”, ambas sob regência de Neil Thomson. Separadas por duas décadas, as obram representam diferentes períodos criativos do compositor. “Pequenos Funerais”, escrito sob a obra homônima de Hilda Hilst, recebeu o prêmio do I Festival de Música da Guanabara em 1969, logo antes de Almeida Prado se mudar para Paris, onde estudou com Nadia Boulanger e Olivier Messiaen. A “Sinfonia”, estreada em 1987, marca a mistura de referências da vanguarda europeia com os ritmos e modos da música brasileira, como o candomblé.
O álbum “Almeida Prado – ‘Sinfonia dos Orixás’ e ‘Pequenos Funerais Cantantes’ faz parte do projeto Brasil em Concerto, uma parceria do Departamento de Difusão Cultural do Ministério das Relações Exteriores com três orquestras brasileiras — além da Osesp, fazem parte as Filarmônicas de Minas Gerais e de Goiás —, a Academia Brasileira de Música e o selo Naxos.
Almeida Prado
Foi aluno de Camargo Guarnieri (composição), de Osvaldo Lacerda (harmonia) e de Dinorá de Carvalho (piano); em Darmstadt, Alemanha, especializou-se com György Ligeti e Lukas Foss e, em Paris, com Nadia Boulanger e Olivier Messiaen. Foi membro da Academia Brasileira de Música e professor no Conservatório de Santos (1965-69), da Escola Dinorá de Carvalho, e de composição e orquestração do Departamento de Música da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 1975-2000). Foi diretor do Conservatório Municipal de Cubatão/SP e do Instituto de Artes da Unicamp (1981-87). Sua Sinfonia nº1 ganhou o prêmio Lili Boulanger em Paris, a obra Arcos Sonoros da Catedral Anton Bruckner recebeu o prêmio APCA 1996 (Academia Paulista de Críticos de Arte). No mesmo ano, Cantares do Sem Nome e de Partidas, à Mirella Pinotti in Memoriam, para soprano e cordas, ganhou o primeiro lugar no IX Concurso Francesc Civil, em Girona, Espanha.