
Academia Brasileira de Música, em continuidade ao fortalecimento de seus laços de cooperação internacional, tem a honra de convidar para a Cerimônia de Posse dos novos Membros Correspondentes, a realizar-se no dia 31 de outubro de 2025, às 11 horas (horário de Brasília).
Os Membros Correspondentes são compositores, intérpretes e musicólogos residentes no exterior, de reconhecido mérito internacional, cujas trajetórias e produções mantêm expressivos vínculos culturais, acadêmicos e artísticos com o Brasil.
Serão empossados Anaïs Fléchet e Gérald Hugon (França), Eero Tarasti (Finlândia), e Mário Vieira de Carvalho, Rui Vieira Nery e David Cranmer (Portugal).
A cerimônia será realizada em formato virtual, com transmissão ao vivo pelo canal oficial da Academia Brasileira de Música no YouTube.
Assista ao vivo:
Anaïs Fléchet é professora de história na Universidade de Strasbourg e diretora adjunta do Laboratoire interdisciplinaire en Études Culturelles do Centre National de la Recherche Scientifique. Publicou vários livros e artigos sobre a história da música brasileira e sua projeção no mundo, entre eles: “Madureira chorou… em Paris”; “A música popular brasileira na França do século XX” (Edusp, 2017); “Littérature et musique dans la mondialisation” (Éditions de la Sorbonne, 2013); “Villa-Lobos. Des sources de l’œuvre aux échos contemporains” (Honoré Champion, 2012); “Villa-Lobos à Paris. Un écho musical du Brésil” (Paris, L’Harmattan, 2004). Foi pesquisadora residente do Musée de la Musique-Philharmonie, de Paris, em 2023-2024, professora convidada na Universidade de São Paulo, premiada pela cátedra franco-paulista, e dedica suas pesquisas atuais à história do piano no Brasil e na América Latina.
David Cranmer, musicólogo e organista anglo-português, é membro do Cesem (Centro de Estudos da Sociologia e Estética Musical), na Universidade NOVA de Lisboa, (UNL) e do IN2PAST (Laboratório associado para a investigação e inovação em património, artes, sustentabilidade e território). Com o cantor brasileiro Alberto Pacheco (atualmente professor na UNL), fundou o Caravelas – Núcleo de estudos da História da música Luso-brasileira, que desenvole atividades e publicações de modo a fomentar o intercâmbio entre musicólogos dos dois lados do Atlântico. Proferiu palestras e comunicações em eventos em diversas regiões do Brasil, desde Manaus até Pelotas, com destaque para as suas colaborações com a Universidade Federal de Goiás, as universidades estaduais do Estado de São Paulo (Unicamp, Unesp, USP), instituições no Rio de Janeiro (UFRJ, Real gabinete Português de leitura) e, nos últimos anos, com o Festival de música de Penedo. Dentre suas colaborações com colegas no Brasil, coordenou a publicação do livro “Marcos Portugal: uma reavaliação” (Lisboa: Cesem/Colibri, 2012) e tem em preparação “Heitor Villa-Lobos (1887-1959) and Europe”. Fruto das suas próprias pesquisas são “Peças de um mosaico: temas da história da música referentes a Portugal e ao Brasil” (Lisboa: Cesem/Colibri, 2017).
Eero Tarasti é musicólogo, pianista e semioticista. Professor aposentado da universidade de Helsinque, também atuou como professor visitante na Sorbonne, na Université d’Aix en Provence, em Tartu (Estônia), Almaty ( Cazaquistão), Lublin (Polônia) e Minnesota (EUA). Em sua formação acadêmica, passou pela Sibelius Academy (piano), pela École des hautes etudes en sciences sociales (semiótica) e pela Universidade de Helsinque, onde obteve o título de PhD. Em 1976, enquanto aluno de Lévi-Strauss, fez estágio de pesquisa (em antropologia) na UFRJ. Fundou a Sociedade de semiótica da Finlândia, tendo-a presidido até 2023. Também presidiu a International association of semiotics studies – IASS, da qual é presidente honorário. Também foi um dos fundadores e dirigiu o grupo internacional de pesquisas Musical signification e a Sociedade Musical da Universidade de Helsinque. Dentre seus livros autorais, destacam-se “Myth and music” (sua tese doutoral, 1979), “A theory of musical semiotics” (1994), “Heitor Villa-Lobos or alma brasileira” (1987, em finlandês; 1993, em inglês; 2022, em português), “Signs of music” (2002), “Semiotics of classical music” (2012) e “Sein und schein” (2015). Em 2000, foi condecorado com a Medalha da Ordem do Rio Branco do Brasil (categoria de Oficiais).
Gérald Hugon é musicólogo, tendo realizado estudos musicais literários e na Universidade de Paris em Nanterre e Vincennes. Seu interesse pelos compositores do século XX expressou-se, mais especialmente, para as obras de Schoenberg, Ligeti, Varèse, Xenakis e Ives. Foi colaborador da revista Scherzo e editor musical da Éditions Max Eschig, onde supervisionava a parte administrativa e dirigia a produção editorial, cuja política visava à divulgação das novas produções e à valorização das obras pouco conhecidas do vasto catálogo (raramente ou nunca gravadas). Quando as editoras passaram a integrar estruturas multinacionais, passou então a dirigir artisticamente uma coleção de partituras provenientes dos catálogos Durand, Eschig e Salabert, incluindo prefácios musicológicos e analíticos trilíngues, bem como a série “The best of”, destinada a pianistas, reunindo em cada volume as obras essenciais para adentrar o universo artístico de cada um dos principais compositores contemplados. Por ocasião do centenário de nascimento de Villa-Lobos, propôs à editora “Actes Sud” a publicação do livro de Anna Stella-Schic “Villa-Lobos, souvenirs de l’Indien blanc” (1987). Em 2002, participou do “Primeiro congresso internacional Villa-Lobos” (Centro finlandês de Paris) com um estudo sobre a correspondência entre Villa-Lobos e seu editor Max Eschig. Em 2005, apresentou um programa dedicado a Villa-Lobos com músicos da Orquestra Nacional da Île-de-France em colégios parisienses.
Mário Vieira de Carvalho é professor catedrático aposentado de Sociologia da música, disciplina que introduziu em 1987 na Universidade Nova de Lisboa (UNL), Faculdade de ciências sociais e humanas (FCSH). Em 1997 fundou o Centro de estudos de sociologia e estética musical da UNL (Cesem), do qual foi diretor e continua sendo pesquisador. Doutor em Ciências musicais pela Universidade Humboldt de Berlim (1985), privilegia em sua produção o diálogo interdisciplinar, onde a investigação se orienta a uma abordagem holística da música como prática social. Suas pesquisas incidem sobre ópera e dramaturgia musical; música portuguesa dos séculos XVIII a XX; problemática da interpretação musical; música contemporânea; relações da música com a linguagem, a literatura, o teatro e as outras artes; relações entre música e política. É autor de mais de 150 publicações, incluindo dezoito livros, inúmeros textos de crítica musical e artigos críticos dispersos na imprensa. É sócio efetivo da Academia das ciências de Lisboa, membro honorário da Europäische Musiktheater Akademie (Viena), membro do Conselho consultivo da Academy of Cultural Heritages (Helsínquia) e do Conselho consultivo da Fundação Jorge Álvares (Lisboa).
Ruy Vieira Nery é musicólogo, tendo obtido o título de PhD da Universidade do Texas em Austin. Em seu extenso portfólio de atividades acadêmicas, destaca-se a de professor associado do Departamento de ciências musicais da FCSH- da UNL. Como conferencista internacional, atuou no Brasil em eventos promovidos pela USP, Unesp,UFRJ, UFBA, UnB, UFRN, UFRGS, Real gabinete português de litura e Museu da língua portuguesa. Em sua produção relacionada ao Brasil, destacamos o livro autoral “O dengoso fadinho brasileiro” (Lisboa: Museu do Fado, 2025), ao lado de organizações como “A música no Brasil colonial” (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001) e “As músicas luso-brasileiras no final do antigo regime”, junto a Maria Elizabeth Lucas (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian – Imprensa Nacional- Casa da Moeda, 2012). Alguns de seus capítulos integram publicações de instituições brasileiras, como “A dança do fado no Brasil e Portugal oitocentistas” (in M. A.Volpe, coord., Patrimônio musical na atualidade, Rio de Janeiro: UFRJ, 2012) e “As músicas do Brasil colonial nos relatos dos viajantes estrangeiros (1750-1807)” (in L. G. Goldberg, L. O. Santos e R. Valverde, coord., Intertextualidades: Fronteiras entre o sacro e o profano na música do Brasil colonial e imperial (Juiz de Fora: UFJF, 2013). É Sócio Honorário da Associação Pro-Música de Juíz de Fora, membro correpondente do Pen Clube do Brasil e da Academia Brasileira de Música.
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