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Encontros ABM faz homenagem aos 80 anos de Marisa Rezende e 70 anos de Paulo Costa Lima

Abordou-se a obra dos compositores sob os aspectos da ideia e do discurso musical em suas múltiplas formas de interlocução, assim como suas ricas experiências no ensino da composição

Encontros ABM faz homenagem aos 80 anos de Marisa Rezende  e 70 anos de Paulo Costa Lima
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Na última sessão da série Encontros ABM 2024, realizada no dia 26 de novembro, às 18h, a Academia Brasileira de Música homenageou dois compositores expoentes da música brasileira contemporânea, por ocasião de suas efemérides: Marisa Rezende e Paulo Costa Lima completaram, neste ano, 80 e 70 anos de vida, respectivamente. O encontro virtual teve como mediadora a acadêmica Ilza Nogueira.

A série de eventos online é realizada anualmente, e os Encontros acontecem uma vez por mês, entre março e novembro. Através de debates com músicos convidados, suscita-se a reflexão sobre temas atuais e relevantes para o desenvolvimento da música brasileira nas áreas da composição, da interpretação, da educação musical e da musicologia. Neste último, abordou-se a obra de Marisa Rezende e Paulo Costa Lima sob os aspectos da ideia e do discurso musical em suas múltiplas formas de interlocução, assim como suas ricas experiências no ensino da composição.

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MARISA REZENDE compositora e pianista, nasceu em 1944, no Rio de Janeiro, onde estudou piano com Marieta de Saules e composição na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, bacharelando-se pela Universidade Federal de Pernambuco em 1974. Atuou intensamente como solista da Orquestra Sinfônica de Pernambuco, executando concertos como o nº1 de Tchaikowsky, o nº1 de Brahms, o Concerto em sol, de Ravel, entre outros, e seu Concertante para piano e oboé, sob a regência do Maestro Eleazar de Carvalho. Em 1976, concluiu o mestrado em piano, sob orientação de Erno Daniel, na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara/EUA, onde em 1984, obteve doutorado em composição com a supervisão de Peter Fricker.

Foi durante dez anos professora de matérias teóricas na Universidade Federal de Pernambuco e entre 1987 e 2002 atuou como professora titular de composição da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde formou um número expressivo de novos compositores de hoje. Coordenou nesta mesma instituição o “Grupo Música Nova”, responsável por mais de cem estreias de música contemporânea brasileira, inicialmente apoiado pelo CNPq. É membro fundadora da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música e do Núcleo de Música Experimental e Intermídia do Rio de Janeiro. Tem participado regularmente de eventos como a Bienal de Música Brasileira Contemporânea, Panorama da Musica Brasileira Atual e Festival Música Nova de Santos.

No exterior, participou do Festival “Sonidos de las Americas”, no Carnegie Hall, Festival de Aarhus, Dinamarca, Festival Brasilianischer Musik, na Alemanha, Festival Latinoamericano de Música, na Venezuela, entre outros.  Atuou também como solista e camerista inclusive executando obras suas em diversos Estados do Brasil. Conjuntos como os “Da Capo Players, de Nova York, e “Lontano Ensemble”, de Londres, acham-se entre os que interpretaram sua música no exterior. Vários solistas renomados, como Antonio Meneses, Rafaell Altino, Gustavo Tavares, Lídia Bazarian, Cássia Carrascoza, entre muitos outros, assim como grupos de câmera, como o Quarteto da Cidade de São Paulo, e o Quarteto Boulanger, executaram peças suas, assim como uma diversidade de excelentes regentes, como Eleazar de Carvalho, Fábio Mechetti, John Neschling, Tobias Volkmann, Lanfranco Marcelletti, Lígia Amadio, José Soares, Claudio Cruz, entre outros. De seu catálogo de obras destacam-se a produção camerista e orquestral, tendo recebido o prêmio UCSB Music Affiliates por seu “Sexteto em Seis Tempos”, em 1983.

Sua obra orquestral tem sido executada por orquestras como a Sinfônica Brasileira, Sinfônica do Estado de São Paulo, Sinfônica da USP, Sinfônica de Pernambuco, Sinfônica da Paraíba, Filarmônica de Minas Gerais, entre outras, também no exterior. Em 1993-1994 trabalhou em parceria com artistas plásticos na concepção musical multimídia das Instalações “La Vie en Rose” e “Hemisférios”. Em 1995 recebeu encomenda do Festival Música Nova para a composição de “Ginga”, para sexteto misto, e do Projeto “Solistas do Rio”, para composição de “Era uma vez…”, para septeto misto. Em 1996 participou como compositora convidada do Festival Sonidos de las Americas: Brasil, no Carnegie Hall, em Nova York, com a peça “Ginga”. Em 1997 participou do Projeto “Estreias Brasileiras”, com o quarteto de cordas “Vórtice”, e do ciclo “A música das palavras”, com “Quatro Poemas de Haroldo de Campos”, ambos no CCBB.

Em 1999 compôs “Cismas”, para quarteto de cordas e piano, como encomenda do Festival Música Nova. Recebeu bolsa da Fundação Vitae, para desenvolvimento de projeto sobre a canção na música de câmera, resultando no espetáculo de música em cena “O (In) Dizível”, baseado na 9ª Elegia de Rilke. Este foi apresentado em temporada no Espaço Cultural Sergio Porto em 2000, tendo Isaac Bernat como declamador e direção cênica de Bel Barcellos, e um grupo expressivo de intérpretes, incluindo o Grupo Música Nova. Escreveu “Vereda” a pedido da OSESP, com estreia em 2003, regida pelo maestro John Neschling e teve lançado em 2003 seu primeiro CD integral –“Música de Câmara”, no selo LAMI, sob coordenação de Marcos Lacerda. Em 2005 e 2007 recebeu encomenda para compor “Avessia” e “Viagem ao Vento”, estreadas pela OSB, em projetos de João Guilherme Ripper para a Sala Cecília Meirelles. Entre 2011 e 2017 recebeu encomendas das Bienais de Música Contemporânea Brasileira da Funarte, e em 2022 escreveu “Devaneio”, como encomenda para Orquestra Jovem Vale Música. Parte de sua obra acha-se gravada em mais de dez CDs, e também disponível pela internet e streaming. Recebeu em 2016 a “Medalha Villa – Lobos” da Academia Brasileira de Música pelo conjunto de sua obra e em 2018 foi compositora homenageada pelo V FMCB de Campinas. Em 2024, ano em que completa 80 anos, tem sido homenageada por muitos concertos pelo Brasil afora, num tocante reconhecimento por sua carreira.

PAULO COSTA LIMA (1954 – )

Teve sua formação musical iniciada nos Seminários de Música da UFBA a partir de 1969, convivendo com a intensa produção musical de Ernst Widmer, Lindembergue Cardoso, Walter Smetak, Milton Gomes e Fernando Cerqueira. Teve sua primeira obra apresentada em 1976. Seguiu para os EUA, onde realizou o bacharelado em composição na University of Illinois, Champaign-Urbana, tendo sido orientado por Herbert Brün e Ben Johnston. Pela mesma universidade obteve o grau de Mestre em Educação, tendo estudado e convivido com figuras como Alexandre Ringer, Stephen Blum, Bruno Nettl, Salvadore Martirano, entre outros. É Doutor em Artes pela Universidade de São Paulo, em 2000, e em Educação pela Universidade Federal da Bahia, com teses dedicadas ao ensino de composição e à análise da música do compositor suíço-baiano Ernst Widmer.

Foi diretor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia de 1988 a 1992, tendo criado em sua gestão o Programa de Pós-Graduação em Música da UFBA. Pró-Reitor de Extensão desta Universidade em duas gestões, 1996 e 2002, foi presidente da Fundação Gregório de Mattos, de 2005 a 2008, função equivalente à de Secretário de Cultura de Salvador. Desde 2014 atua como Assessor Especial do Reitor da Universidade Federal da Bahia, tendo coordenado o Congresso da UFBA, evento que marcou os 70 anos da Instituição (2016)

É docente da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, desde 1979, onde leciona composição e análise musical para os cursos de graduação, mestrado e doutorado. É Editor da Revista ART, criada em 1981, atualmente ART Music Review (www.revista-art.com).

Seu catálogo tem 120 obras, 98 estreadas, e registro de 480 performances em mais de 20 países, sendo mais de cem delas internacionais. Já teve obras comissionadas/estreadas por Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, Festival de Campos de Jordão, Festival Música Nova de Santos, American Composers Orchestra/Carnegie Hall, Orquestra Sinfônica de Seattle, OSESP, Juilliard Contemporary Ensemble, Mivos Quartet, GRUPU-Unicamp, Conselho Musical da cidade de Düsseldorf.

Em 2015 foi indicado em primeiro lugar nacional para a XXI Bienal de Música Brasileira Contemporânea, por um colegiado composto por 79 compositores, regentes e professores de composição. Em 2017 também foi indicado para o primeiro prêmio (obra Sinfônica) da XXII Bienal. Autor de diversos livros e artigos sobre composição e seu ensino, além de temas de crítica cultural, e mentor de uma nova geração de compositores baianos, é cofundador da OCA-Oficina de Composição Agora.

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