A ideia de organizar uma instituição que pudesse reunir as principais personalidades da vida musical de nosso país e trabalhar em prol da música brasileira foi apresentada a Heitor Villa-Lobos por Oscar Lorenzo Fernandez. Sendo àquela altura o mais importante compositor brasileiro, com atuação internacional, Villa-Lobos liderou o processo de organização da entidade. Os modelos foram a Academia de França, fundada em Paris no ano de 1635, da qual Villa-Lobos era integrante, e a Academia Brasileira de Letras, fundada no Rio de Janeiro em 1896.
A primeira reunião para organização da ABM ocorreu no dia 28 de junho de 1945 e contou com a presença de Villa-Lobos, Lorenzo Fernandez, João Baptista Julião, Florêncio de Almeida Lima e Arthur Iberê de Lemos. Uma segunda reunião para discussão da proposta de Estatuto, realizada em 30 de junho em almoço no Clube Ginástico Português, contou com a presença de um número expressivo de compositores e musicólogos. Além dos anteriormente mencionados participaram, dentre outros, Andrade Muricy, que presidiu a assembleia, Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, João Itiberê da Cunha, Jayme Ovalle, Brasílio Itiberê da Cunha Luz, Radamés Gnattali, Fructuoso Vianna, Eleazar de Carvalho e J. Octaviano.
Em artigo no Correio da Manhã de 1o de Julho o crítico Eurico Nogueira França saudou a iniciativa e recomendou que a “Academia não seja acadêmica”, mas que “estimule o trabalho proveitoso e fecundo a bem da música brasileira” e que “cada acadêmico, então, venha para o convívio de seus pares animado de um generoso espírito de cooperação”. Em São Paulo também ocorreram encontros preparatórios para a discussão da proposta de Estatuto. Um importante documento da época é a foto que registrou o encontro dos “membros paulistas da Academia de Música do Brasil em reunião realizada em 12-07-1945 no IMSP”.
No dia 14 de Julho, um novo almoço no Clube Ginástico Português marcou a fundação oficial da Academia Brasileira de Música. Os fundadores paulistas se fizeram representar, por procuração, por João Baptista Julião.
Com a aprovação do Estatuto, foi eleita a primeira diretoria da ABM.
Heitor Villa-Lobos
José Cândido de Andrade Muricy
Luiz Heitor Corrêa de Azevedo
Arthur Iberê de Lemos
Oscar Lorenzo Fernandez
Cadeira 1 - Patrono José de Anchieta, fundador Heitor Villa-Lobos
Cadeira 2 - Patrono Euzébio de Matos, fundador Radamés Gnattali
Cadeira 3 - Patrono Luiz Álvares Pinto, fundador Fructuoso Vianna
Cadeira 4 - Patrono Domingos Caldas Barbosa, fundador Jayme Ovalle
Cadeira 5 - Patrono José Maurício Nunes Garcia, fundador Frei Pedro Sinzig
Cadeira 6 - Patrono Damião Barbosa de Araújo, fundador Antônio de Sá Pereira
Cadeira 7 - Patrono José Pereira Rebouças, fundador Oneyda Alvarenga
Cadeira 8 - Patrono Francisco Manoel da Silva, fundador Martin Braunwieser
Cadeira 9 - Patrono Dom Pedro I, fundador Luiz Cosme
Cadeira 10 - Patrono Tomás da Cunha Lima Cantuária, fundador Paulino Chaves
Cadeira 11 - Patrono João Francisco de Souza Coutinho, fundador Garcia de Miranda Neto
Cadeira 12 - Patrono Domingos da Rocha Mossurunga, fundador Savino de Benedictis
Cadeira 13 - Patrono Cândido Inácio da Silva, fundador Octávio Maul
Cadeira 14 - Patrono José Maria Xavier, fundador Octávio Bevilacqua
Cadeira 15 - Patrono José Amat, fundador Paulo Silva
Cadeira 16 - Patrono Elias Álvares Lobo, fundador Dinorah de Carvalho
Cadeira 17 - Patrono José Pedro de Sant’Anna Gomes, fundador Arthur Pereira
Cadeira 18 - Patrono Antônio Carlos Gomes, fundador Oscar Lorenzo Fernandez
Cadeira 19 - Patrono Domingos José Ferreira, fundador Arthur Iberê de Lemos
Cadeira 20 - Patrono Henrique Alves de Mesquita, fundador Ary Ferreira
Cadeira 21 - Patrono Visconde de Taunay, fundador Francisco Casabona
Cadeira 22 - Patrono Arthur Napoleão, fundador Walter Burle-Marx
Cadeira 23 - Patrono Brasílio Itiberê da Cunha, fundador Nicolau dos Santos
Cadeira 24 - Patrono João Gomes de Araújo, fundador João Caldeira Filho
Cadeira 25 - Patrono Manuel Joaquim de Macedo, fundador Cláudio Santoro
Cadeira 26 - Patrono Antônio da Silva Callado, fundador Luiz Heitor Corrêa de Azevedo
Cadeira 27 - Patrono Leopoldo Miguez, fundador Camargo Guarnieri
Cadeira 28 - Patrono Frederico Nascimento, fundador Paulo Florence
Cadeira 29 - Patrono Henrique Oswald, fundador Ayres de Andrade Filho
Cadeira 30 - Patrono José Cândido da Gama Malcher, fundador Florêncio de Almeida Lima
Cadeira 31 - Patrono Roberto Kinsmann Benjamim, fundador Ênio de Freitas e Castro
Cadeira 32 - Patrono Euclides Fonseca, fundador Waldemar Oliveira
Cadeira 33 - Patrono José Rodrigues Barbosa, fundador José Siqueira
Cadeira 34 - Patrono Vincenzo Cernicchiaro, fundador Silvio Deolindo Fróes
Cadeira 35 - Patrono Ernesto Nazareth, fundador Furio Franceschini
Cadeira 36 - Patrono Alexandre Levy, fundador Samuel Archanjo dos Santos
Cadeira 37 - Patrono Alberto Nepomuceno, fundador João Baptista Julião
Cadeira 38 - Patrono Assis Pacheco, fundador Brasílio Itiberê da Cunha Luz
Cadeira 39 - Patrono Manuel Portoalegre Faulhaber, fundador Helza Cameu
Cadeira 40 - Patrono Guilherme Teodoro Pereira de Melo, fundador Raphael Baptista
Cadeira 41 - Patrono Francisco Braga, fundador Eleazar de Carvalho
Cadeira 42 - Patrono Francisco Vale, fundador Assis Republicano
Cadeira 43 - Patrono Araújo Viana, fundador Newton Pádua
Cadeira 44 - Patrono Newton Pádua, fundador José Cândido de Andrade Muricy
Cadeira 45 - Patrono Meneleu Campos, fundador Eurico Nogueira França
Cadeira 46 - Patrono Barrozo Neto, fundador José Vieira Brandão
Cadeira 47 - Patrono Glauco Velazquez, fundador João Itiberê da Cunha
Cadeira 48 - Patrono Homero de Sá Barreto, fundador João de Souza Lima
Cadeira 49 - Patrono Luciano Gallet, fundador Rodolfo Josetti
Cadeira 50 - Patrono Mário de Andrade, fundador Renato Almeida
A solenidade inaugural da ABM foi então marcada para 24 de novembro de 1945 e realizou-se no auditório da Associação Brasileira de Imprensa. Além da diretoria eleita, a mesa diretora contou com a presença do Capitão de Mar e Guerra César da Fonseca, representando o Ministro José Linhares, Presidente da República, o Dr. Sousa Brasil, representando o Dr. Leitão da Cunha, Ministro da Educação e Saúde e o Capitão-Tenente Maurílio Augusto Silva, representando o Almirante Dodsworth Martins, Ministro da Marinha.
Após a solenidade houve uma apresentação musical a cargo do Orfeão de Professores do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico e do pianista João de Souza Lima.
Com grande repercussão no meio musical e na imprensa, a ABM rapidamente assumiu o protagonismo nas ações em prol da música brasileira. Em pouco tempo sua importância foi reconhecida. Pelo Decreto nº 22.032, de 07 de novembro de 1946, foi concedida a qualificação de instituição de Utilidade Pública. Poucos meses depois, através do Decreto nº 23.160, de 06 de junho de 1947, ganhou do governo federal o status de “órgão técnico-consultivo, para o fim de colaborar com o poder público no estudo e solução dos problemas que se relacionem com o levantamento do nível cultural e artístico do país”. Em tal condição a ABM possui assento permanente no Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura.
Já em 17 de maio de 1946, a ABM expandiu sua representação para além das fronteiras nacionais, ao aprovar a incorporação de até 20 Membros Correspondentes “estrangeiros ou brasileiros residentes no estrangeiro”. Foram eles os seguintes:
Cadeira 1 – acadêmico Gastão Bettencourt, Portugal, 1946
Cadeira 2 – acadêmico Carleton Sprague Smith, EUA, 1946
Cadeira 3 – acadêmico Arthur Rubinstein, EUA, 1946
Cadeira 4 – acadêmico Francisco Curt Lange, Alemanha/Uruguai, 1947
Cadeira 5 – acadêmico Florent Schimitt, França, 1948
Cadeira 6 – acadêmico Gaston Talamon, Argentina, 1948
Cadeira 7 – acadêmico Marguerite Long, França, 1954
Cadeira 8 – acadêmico Alberto Ginastera, Argentina, 1957
Cadeira 9 – acadêmico Lauro Ayestarán, Uruguai, 1957
Cadeira 10 – acadêmico Marcel Beaufils, França, 1961
Cadeira 11 – acadêmico Fernando Lopes Graça, Portugal, 1961
Cadeira 12 – acadêmico Mieczyslaw Horszowski, EUA, 1961
Cadeira 13 – acadêmico Lamberto Baldi, Uruguai, 1965
Em 11 de dezembro de 1948, por proposta de Andrade Muricy, foi criado um quadro extraordinário de até 20 Membros Intérpretes, “regentes, cantores ou instrumentistas brasileiros natos ou naturalizados, de renome excepcional e mérito superior comprovado, dignos de serem declarados representativos da arte musical brasileira”. Dele fizeram parte os seguintes acadêmicos:
Acadêmico Guiomar Novaes
Acadêmico Magdalena Tagliaferro
Acadêmico Antonieta Rudge
Acadêmico Tomás Terán
Acadêmico Arnaldo Estrella
Acadêmico Vera Janacopulos
Acadêmico Bidu Sayão
Acadêmico Alice Ribeiro
Acadêmico Cristina Maristany
Acadêmico Madalena Lébeis
Acadêmico Paulina D’Ambrosio
Acadêmico Oscar Borgerth
Acadêmico Iberê Gomes Grosso
Acadêmico Eugen Szenkar
Villa-Lobos foi seguidamente reeleito para a presidência da ABM e esteve à frente da instituição até sua morte, em 17 de novembro de 1959. O Estatuto de 1945 não estabelecia um limite de reeleições e os mandatos tinham um ano de duração. Sem sede própria, as reuniões de diretoria, assembleias e eventos se realizavam nas residências de seus integrantes, na Associação Brasileira de Imprensa, no Ministério da Educação, no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, no Conservatório Brasileiro de Música e na Associação de Canto Coral. Durante o período de Villa-Lobos a ABM recepcionou grandes músicos estrangeiros. O primeiro artista internacional a ser recepcionado pela ABM foi o compositor norte-americano Aaron Copland, em 15 de outubro de 1947, no auditório do Ministério da Educação. Dois anos depois, em 04 de novembro de 1949, a ABM homenageou o compositor francês Florent Schmitt com um recital de obras de câmara também no auditório do MEC.
Em 1951 foi a vez do pianista Arthur Rubinstein. No foto abaixo vemos um flagrante do almoço a ele oferecido na sede da ABI, que contou com a presença de jornalistas e acadêmicos.
A ABM recepcionou ainda os musicólogos Gastão Bettencourt e Francisco Curt Lange e a pianista Marguerite Long.
Cerca de três meses antes de seu falecimento, Villa-Lobos redigiu seu testamento, através do qual legou à ABM 50% de seus direitos autorais, determinando que, do percentual, dois terços das rendas de suas obras musicais fossem repassados à Arminda Neves d’Almeida, sua companheira, para que, em colaboração com a ABM, zelasse pelo seu patrimônio artístico. Os outros 50% foram destinados à Lucília Villa-Lobos, sua viúva. Assim, a ABM passou a ter uma pequena fonte de renda para o incremento de suas atividades, à qual se somavam eventuais verbas destinadas pelo governo federal. Com a criação do Museu Villa-Lobos pelo Decreto nº 48.379, de 22 de janeiro de 1960, o país passou a contar com duas instituições dedicadas à preservação da memória e da obra do compositor.
O sucessor de Villa-Lobos na presidência da ABM foi o compositor Mozart Camargo Guarnieri, que cumpriu um único mandato até dezembro de 1960. O mesmo se deu com Octávio Bevilacqua, até dezembro de 1961. Um novo longo período se abriu com a eleição de José Cândido de Andrade Muricy, acadêmico que mais tempo permaneceu na presidência da ABM. Eleito em 15 de dezembro de 1961, Andrade Muricy empreendeu uma grande reforma no Estatuto de 1945, que reduziu o número de cadeiras e redistribuiu seus ocupantes. Foram extintas 12 cadeiras, as de nos 2, 6, 7, 11, 17, 19, 28, 31, 33, 38, 39 e 44. O quadro de patronos foi modificado, sendo incorporados os nomes dos compositores José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita e Sigismund Neukomm em duas novas cadeiras. Assim, com a aprovação do novo Estatuto em 22 de dezembro de 1967, a ABM passou a contar com 40 cadeiras. Os quadros de intérpretes e correspondentes não sofreram alterações. Na mesma assembleia foi conferido a Heitor Villa-Lobos o título post-mortem “único e excepcional” de Grande Benemérito.
O período de Andrade Muricy se estendeu até 12 de março de 1979. Nos últimos meses, por conta do estado de saúde de Muricy, a presidência foi exercida interinamente pelo maestro e compositor Raphael Baptista, que ocupava o cargo de secretário-geral. A renúncia conjunta de Raphael Baptista e Helza Cameu, então tesoureira, provocou uma nova eleição, ocasião na qual Francisco Mignone foi eleito presidente.
Após o longo período de Muricy, uma das providências de Francisco Mignone foi iniciar um processo de renovação ao recompor o quadro de acadêmicos. Naquele momento havia muitas cadeiras que, após a morte de seu titulares, não haviam sido ocupadas. Em 1982, foram eleitos os compositores Armando Albuquerque, Valdemar Henrique, Aloysio de Alencar Pinto, Aylton Escobar, Marlos Nobre, Ricardo Tacuchian e o musicólogo Vasco Mariz. Mas nos anos subsequentes novas vagas seriam abertas com a perda de Andrade Muricy em 1984, de José Siqueira em 1985 e do próprio Francisco Mignone em 1986.
Em 1985, com a morte de Arminda Neves D’Almeida, a ABM passou a receber integralmente os 50% dos direitos autorais de Villa-Lobos, o que representou um aumento em seus rendimentos e a possibilidade de investir em novas ações em prol da música brasileira e de seu grande benemérito em particular.
Marlos Nobre assumiu a presidência da ABM em 1986 e deu continuidade ao processo de recomposição do quadro de acadêmicos iniciado por Mignone. Em 1988, foram eleitos os compositores Lindembergue Cardoso, Ernst Widmer, Sérgio de Vasconcelos-Corrêa e Mário Tavares. No ano seguinte ingressaram os musicólogos Arnaldo José Senise e José Maria Neves, os maestros e compositores Henrique Morelenbaum e Ernst Mahle. A gestão de Marlos Nobre se estendeu até 1990. O ano seguinte ficou marcado na história da ABM por um grande conflito interno que, por dois anos, paralisou suas atividades. O musicólogo Vasco Mariz foi eleito presidente, mas não conseguiu tomar posse por conta de um litígio que chegou aos tribunais e ganhou as páginas da imprensa.
O ano de 1993 foi o de retomada da normalidade institucional, quando Ricardo Tacuchian assumiu a presidência. Uma nova reforma no Estatuto da ABM estabeleceu mandatos de dois anos para as diretorias, mas limitou a reeleição para apenas uma. A composição da diretoria foi modificada, com a criação da vice-presidência e dois cargos de secretário e tesoureiro. O antigo quadro de membros intérpretes foi extinto e os acadêmicos ainda vivos incorporados ao quadro geral de 40 cadeiras, possibilitando também a candidatura de educadores musicais.
Após a morte do último herdeiro de Lucília Villa-Lobos, a ABM passou a deter 100% dos direitos sobre a obra do compositor. Com a regularização de sua vida financeira e a administração profissional dos direitos autorais de Villa-Lobos, a ABM pôde alugar uma sede e contratar funcionários para organizar uma estrutura administrativa. A ABM instalou-se, então, em sala do Pen Clube do Brasil, na Praia do Flamengo. Com a estabilidade adquirida, a ABM passou a investir em diferentes projetos, como o Banco de Partituras, a Bibliografia Musical Brasileira, o Selo ABM Digital, as séries Brasiliana e Trajetória, a edição de livros e da revista Brasiliana, assim como a promoção de concursos de composição e monografias. Os presidentes que se sucederam, Edino Krieger (1998-2001) e José Maria Neves (2002), deram continuidade ao trabalho iniciado por Tacuchian, que culminou na inauguração da sede própria da ABM em 2003.
A nova casa de Villa-Lobos ocupa todo o andar de um prédio, no musical bairro da Lapa, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Nela, além dos espaços administrativos, encontram-se sua Sala de Eventos, o Laboratório de Digitalização, o Banco de Partituras e a Biblioteca Mercedes Reis Pequeno, especializada em música brasileira e aberta aos pesquisadores. Assim, a ABM se firmou na comunidade musical de nosso país como uma respeitável instituição que trabalha pela preservação da memória nacional, pela educação musical, pelo estímulo ao intérprete e ao compositor brasileiros e pelo apoio à pesquisa. Seus membros, entre compositores, intérpretes, musicólogos e educadores, são eleitos segundo os critérios da ética profissional, do mérito cultural e de uma folha de serviços em prol da música no Brasil.
1945 a 1959 – Heitor Villa-Lobos
1960 – Camargo Guarnieri
1961 – Octávio Bevilacqua
1962 a 1979 – Andrade Muricy
1979 a 1986 – Francisco Mignone
1986 a 1991 – Marlos Nobre
1991 a 1993 – Vasco Mariz
1993 a 1997 – Ricardo Tacuchian
1998 a 2001 – Edino Krieger
2002 – José Maria Neves
2003 a 2005- Edino Krieger
2006 a 2009 – Ricardo Tacuchian
2010 a 2013 – Turíbio Santos
2014 a 2017 – André Cardoso
2018 a 2021 – João Guilherme Ripper
2022 a 2025 – André Cardoso
André Cardoso
Ilza Nogueira
Manoel Corrêa do Lago
Flávia Toni
João Guilherme Ripper
Inácio de Nonno
Ricardo Tacuchian, Lutero Rodrigues e Maria Alice Volpe (Titulares)
Ernani Aguiar, Ronaldo Miranda e Raul do Valle (Suplentes)
Gerhard Doderer (Alemanha/Portugal)
José Eduardo Martins
Valéria Peixoto
Alessandro de Morais
Ericsson Cavalcanti
Sylvio Soares
Dolores Brandão
A primeira proposta de nome para a instituição que seria fundada em 14 de julho de 1945 foi Academia de Música do Brasil. O nome Academia Brasileira de Música estava registrado e pertencia ao violinista Francisco Chiaffitelli, professor da Escola Nacional de Música, que havia fundado uma associação de concertos com esse nome no Rio de Janeiro. Estando naquele momento inativa, o professor Chiafitelli acabou por ceder a Villa-Lobos o direito do uso do nome para criação da atual ABM.
Há registro da participação de dois compositores nas reuniões preparatórias para a fundação da ABM, João Octaviano Gonçalves, conhecido por J. Octaviano, no Rio de Janeiro e João Gomes Júnior em São Paulo. J. Octaviano que, inclusive, aparece na foto que registrou no Clube Ginástico Português a fundação da ABM em 1945. João Gomes Júnior, por sua vez, assinou a procuração para que João Baptista Julião o representasse na mesma ocasião. Não há registros, no entanto, sobre o motivo pelo qual não constam entre os 50 membros fundadores da ABM em 14 de julho de 1945.
Em 1961 foi eleito para a cadeira nº 23 o escritor, poeta e crítico musical Antônio Rangel Bandeira, na vaga deixada pelo fundador Benedito Nicolau dos Santos. Nascido no Recife (PE) em 24 de outubro de 1917, Rangel Bandeira atuou na indústria automobilística e exerceu a crítica musical. No Rio de Janeiro escreveu na Folha Carioca, em O Cruzeiro e na Tribuna da Imprensa. Em São Paulo atuou no Diário da Noite, Última Hora e Correio Paulistano. Vários compositores escreveram canções a partir de seus poemas, como Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, Dinorah de Carvalho, Alceo Bocchino e Edino Krieger. Em 31 de dezembro de 1961 Andrade Muricy publica no Jornal do Commércio sua biografia e notícia sobre a eleição, informando que Rangel Bandeira tomaria posse em 1962. No entanto tal não ocorreu. Na edição de 06 de janeiro de 1968 da Tribuna da Imprensa o jornalista Mário Cabral informa sobre a “expectativa pela posse de Antônio Rangel Bandeira, de há muito eleito para a Academia, mas que exige posse pomposa, solene, à maneira da Academia de Letras, com fardão, espadim, chapéu de plumas e tudo e que se torna muito difícil”. O colunista informa ainda que a posse em tais condições só seria possível caso Rangel Bandeira, “diretor de uma importante fábrica de automóveis em São Paulo, esteja disposto a arcar com as despesas”. Não há registros de que Rangel Bandeira tenha tomado posse e não consta no quadro de acadêmicos.
O musicólogo nascido em São João Del Rey assumiu a presidência da ABM em janeiro de 2002. Já bastante debilitado pela doença, seu período foi o mais curto dentre todos os presidentes, apenas 11 meses. José Maria Neves deu início ao processo de aquisição e reforma da sede própria da ABM. Com seu falecimento, o mandato foi completado pelo então vice-presidente, Edino Krieger, ficando a ABM então sem vice-presidente no período.
© 2024 - ABM