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Música Rara Brasileira resgata obras seminais às sextas-feiras no YouTube

Toda sexta-feira é publicado um vídeo no canal do Youtube do Zenon IC com obras para diferentes formações, gravadas no Brasil e no exterior, sobretudo no Leste Europeu

Música Rara Brasileira resgata obras seminais às sextas-feiras no YouTube
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Lançada pelo Zenon Instituto Cultural em dezembro de 2020, a mostra “Música Rara Brasileira” vem resgatando obras seminais da música brasileira que, em sua maioria, nunca foram gravadas. Toda sexta-feira é publicado um vídeo no canal do Youtube do Zenon IC com obras para diferentes formações, gravadas no Brasil e no exterior, sobretudo no Leste Europeu.

A iniciativa, concebida e concretizada para o instituto graças aos esforços da pianista Nara Vasconcelos e do violinista Frederico Barreto junto ao escritor e diplomata Wellington Bujokas, curador do projeto, é, sem nenhum exagero, um dos empreendimentos artísticos mais importantes para a Música Brasileira neste início de século. Com entusiasmo, a Academia Brasileira de Música cumprimenta os organizadores e intérpretes que vêm se dedicando com afinco à internacionalização da nossa música em primorosas execuções comentadas.

A apresentação informativa que incluímos a seguir detalha os objetivos e conteúdo atual da mostra, incluindo perspectivas que se concretizarão em curto prazo. Ideias e realizações como esta, que alentam e incentivam nossos compositores e intérpretes, merecem nosso aplauso.

Mostra “Música Rara Brasileira” (MRB)

 “Música Rara Brasileira” (MRB) busca contribuir para o resgate de obras seminais da música brasileira que, em sua maioria, nunca foram gravadas. Toda sexta-feira é publicado um vídeo no canal do Youtube do Zenon IC com obras para diferentes formações, gravadas no Brasil e no exterior. Atende pela curadoria da mostra o escritor e diplomata brasileiro Wellington Müller Bujokas.

Pouco cientes dos mecanismos que levam à formação do cânone, nossa tendência é acreditar numa seleção natural das obras por sua qualidade. Nessa lógica, o que foi ficando esquecido no passado provavelmente foi abandonado porque lhe faltaram atributos que justificassem sua permanência. Esquecem-se as mais diversas e inesperadas situações em que a partitura com frequência não encontra seus músicos, os músicos não encontram seu espaço, os espaços não encontram seu público ou, ao público, falta o encontro com a música, com os músicos, com o espaço.

Ainda que os últimos anos, sobretudo por conta da internet e das tecnologias acessíveis de gravação, tenham trazido avanços grandes para a música de câmara brasileira, esta frequentemente tem apenas uma chance, em sua estreia, de gerar todos os encontros. Obras que estrearam muito antes das novidades tecnológicas ficam em estado de espera por décadas, não raro, por uma nova oportunidade, que, espera-se, desdobre-se em outras mais.

Até o presente, a mostra publicou 65 obras de 28 compositores (para instrumentos solo, duos, trios e quartetos) em vídeos gravados em três continentes, em 13 diferentes cidades. Já há novas 53 gravações, que virão adicionar outros 15 compositores brasileiros à mostra e que serão disponibilizadas até março de 2023, ultrapassando a marca de 100 obras raras. Mesmo estreando obras especialmente escritas para o projeto — como a “Pós-Aboio a Três”, do compositor Paulo Costa Lima, que abriu a mostra, o objetivo do projeto é antes de tudo recuperar o repertório já existente. Pelo menos 60% dessas obras, escritas entre o fim do século XIX e os dias atuais, não possuíam qualquer gravação. Várias outras haviam sido registradas somente em gravações precárias. No primeiro caso, destaquem-se a transcrição para piano solo de Villa-Lobos para a sua “Odisseia de uma Raça” e a “Sonatina n°5” para piano, de José Siqueira; no segundo, o “Movimento Contínuo”, de Almeida Prado e a versão original completa do monumental “Trio para violino, violoncelo e piano”, de Alberto Nepomuceno.

Parte significativa do repertório apresentado é de grande dificuldade técnica, a exemplo do “Quarteto de Cordas nº 1” de Claudio Santoro e vários outros trabalhos gravados pelo estupendo Quarteto de Cordas da OpensoundOrchestra de Moscou.

A mostra dedica ainda especial atenção à produção dodecafônica de Guerra-Peixe e Claudio Santoro, procurando suprir lacunas em um período musical muito comentado, que é o do Movimento Música Viva. De Guerra-Peixe, foram gravadas por Durval Cesetti sete peças para piano solo, incluindo “Música n°2” e “Duas Peças e Coda”, bem como, pela violista bielorrussa Darya Filippenko, o “Trio para Cordas” e o “Duo para violino e viola”, entre outras. De Claudio Santoro, há os dois primeiros quartetos de cordas, o “Trio para Cordas” e o inusitado “Trio para clarinete, trompete e violoncelo”, todos esses também em primeira gravação mundial.

Outro objetivo da mostra é ampliar o conhecimento da produção experimental a partir da década de 1960. Entre as obras já publicadas, vale citar o “Quarteto de Cordas n°1”, de Almeida Prado, “Avatar” (Trio de cordas n°1) e o “Quarteto de Cordas IV”, de Ernst Widmer, o “Trio n° 4” para cordas,  de Lindembergue Cardoso, o “Quarteto de cordas n°5”, de Estércio Marquez Cunha, o trio de Cordas “Estados de Alma”, de Frederico Richter, a “Sonata para viola e piano”, de Francisco Mignone, “Cuncti-Serenata” para piano solo, de Paulo Costa Lima, “Ludus” para clarinetes e violoncelo, de Harry Crowl, e “Anel Anemic” para violino e viola, de Silvio Ferraz.

No projeto, músicos russos e búlgaros têm participação especial. Além da excelência musical existente nesses dois países, sobretudo em cordas e piano, a razão se faz por estarem sediados em Sófia, Bulgária, os diretores do Zenon IC – Nara Vasconcelos e Frederico Barreto, bem como por Bujokas haver trabalhado em Moscou. Assim, a mostra serve igualmente para promover a produção brasileira em dois países com grande tradição na música de concerto.

Paralelamente à MRB, mas em fina sintonia com ela, o Zenon IC já realizou dois festivais de música brasileira de concerto na Bulgária, respectivamente em 2019 e 2021, em parceria com a Embaixada do Brasil em Sófia e a Academia Nacional de Música “Pancho Vladigerov”. Neste ano comemorativo do Bicentenário da Independência e da Semana de 22, um terceiro festival traçará um itinerário da música brasileira desde a produção colonial até os dias de hoje.

A mostra Música Rara Brasileira e outros projetos do Zenon IC podem ser acompanhados pelos links abaixo.

YouTube:
https://www.youtube.com/user/nbulgar

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Portal:
https://zenoncultural.com

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