
A Academia Brasileira de Música realizará, terça-feira, dia 21 de março de 2023, às 18 horas, sessão em homenagem póstuma ao Acadêmico, compositor, produtor, maestro e crítico musical, Edino Krieger, falecido em 6 de dezembro de 2022. O orador será o Acadêmico João Guilherme Ripper.
As homenagens contam ainda com a participação do Trio Aquarius, formado por Flávio Augusto (piano), Ricardo Amado (violino) e Ricardo Santoro (violoncelo).
A homenagem a Edino Krieger, que ocupava a cadeira nº 34 da ABM, cujo fundador foi Newton Pádua, e o patrono José de Araújo Vianna, será realizada de forma presencial, no Espaço Guiomar Novaes – EGN da Sala Cecília Meireles (RJ). A entrada é franca.
Após as homenagens, André Cardoso, Presidente da ABM, declarará vaga a cadeira nº 34. Os interessados em suceder Edino Krieger terão 60 dias para enviar suas cartas de candidatura, a partir daquela data.
TERÇA-FEIRA, DIA 21 DE MARÇO ÀS 18 H
Espaço Guiomar Novaes – EGN
Rua Teotônio Regadas, 24 – Centro – Rio de Janeiro / RJ
informacao.scm@gmail.com
*****
EDINO KRIEGER nasceu em Brusque, Santa Catarina, a 17 de março de 1928. Iniciou aos sete anos estudos de violino com seu pai, Aldo Krieger. Aos 15 transferiu-se para o Rio de Janeiro, para prosseguir sua formação no Conservatório Brasileiro de Música, onde estudou com H. J. Koellreutter. Em 1945 passou a integrar o Grupo Música Viva. Em 1948 foi escolhido em concurso para estudar com Aaron Copland, no Berkshire Music Center de Massachussets, EUA, onde assistiu também a aulas de Darius Milhaud. Estudou ainda na Juilliard School of Music, de Nova Iorque com Peter Mennin (composição) e na Henry Street Settlement School of Music com William Nowinsky (violino). Representou a Juilliard no Simpósio de Compositores dos Estados Unidos e Canadá realizado em Boston, e atuou como violinista da Mozart Orchestra de Nova Iorque.
Retornando ao Brasil em 1950, iniciou a atividade de produtor na Rádio Ministério da Educação, onde exerceu a função de diretor musical e organizou a Orquestra Sinfônica Nacional, e de crítico musical do jornal Tribuna da Imprensa. Em 1952, estudou com Ernst Krenek no III Curso Internacional de Verão de Teresópolis, RJ.
Com bolsa do Conselho Britânico, estudou em Londres durante um ano com Lennox Berkeley, da Royal Academy of Music. Em 1959, obteve o primeiro prêmio no I Concurso Nacional de Composição do Ministério da Educação, com “Divertimento para Cordas”. Em 1961 seu “Quarteto de Cordas nº 1” obteve o Prêmio Nacional do Disco. Em 1965 suas “Variações Elementares” foram estreadas no III Festival Interamericano de Música de Washington, e no ano seguinte seu “Ludus Symphonicus” foi estreado pela Orquestra de Filadélfia, no III Festival de Música de Caracas, Venezuela. Em 1969 e 1970, organizou e dirigiu os Festivais de Música da Guanabara, dos quais se originaram, a partir de 1975, as Bienais de Música Brasileira Contemporânea.
Entre os prêmios e honrarias que recebeu estão: Prêmio Internacional da Paz do Festival de Varsóvia (1955), Prêmio da Fundação Rottelini de Roma (1955), Medalha de Honra do Cinquentenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (1959), Troféu Golfinho de Ouro (1969 e 1988), a Medalha do Mérito Cultural Cruz e Souza, do Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina (1997), Troféu Barriga-Verde (1977), Comenda da Ordem Cultural do Ministério da Cultura e Belas Artes da Polônia (1985), Medalha do Mérito Cultural Anita Garibaldi, do Estado de Santa Catarina (1986), Prêmio Nacional da Música do Ministério da Cultura (1994) e Medalha Pedro Ernesto, maior honraria concedida pela cidade do Rio de Janeiro. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro.
Dirigiu a divisão de música clássica da Rádio Jornal do Brasil e exerceu a crítica musical no Jornal do Brasil. Em 1976 assumiu a direção artística da FUNTERJ – Fundação de Teatros do Rio de Janeiro. Em 1979 criou o Projeto Memória Musical Brasileira/PRO-MEMUS, junto ao Instituto Nacional de Artes da FUNARTE – Fundação Nacional de Arte, do Ministério da Cultura. De 1981 a 1989 foi diretor do Instituto Nacional de Música. Foi presidente da FUNARTE, da Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de Música.
Seu catálogo inclui obras para orquestra sinfônica e de câmara, oratórios, música de câmara, obras para coro e para vozes e instrumentos solistas, além de partituras incidentais para teatro e cinema. Suas composições têm sido executadas com frequência no Brasil e no exterior, inclusive por orquestras do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Bahia, Belo Horizonte, Liège, Bruxelas, Paris, Londres, Munique, Buenos Aires, Córdoba, Nova Iorque, Filadélfia, Washington, Colônia, Tóquio e outras.